nos teus descaminhos, nas tuas manifestações e na tua interpretação
“Qual é o teu negócio?”
O Eixo 1 diz que o amor permite à mulher se separar da mãe e desejar o falo, bem como o desejo pode retirar o homem do gozo do Um e lhe permitir uma outra condição amorosa. Esse negócio é reafirmado por Lacan, no Seminário 15, ao dizer que “quando uma mulher crê amar um homem, na verdade ela o deseja; quando um homem crê desejar uma mulher, na verdade ele a ama”[1].
O Eixo 2 mostra que, além das variadas formas que o desejo toma nas neuroses – insatisfeito, na histeria; mortificado, na obsessão e prevenido na fobia –, no campo das psicoses Lacan considerou, dentre outras coisas, o desejo de ser mulher, no coito de Schreber, ou de ser artista, na solução de Joyce. No campo da perversão, é a constância das fantasias que prevalece, pela via da transgressão.
O Eixo 3 mostra que o desejo é essencialmente metonímico e não tem um objeto fixo. E mostra também que, para Lacan, “é o desejo do analista que, em última instância, opera na psicanálise”[2].
Assim sendo, interrogamos, com Lacan, como interpretar o desejo? Para tanto, perguntamos:
“Qual o nome do teu sócio?”
O Eixo 1 fala do amor que, junto com o desejo, caminha por vias erráticas a partir de um tropeço no real do gozo. Diz também que os descaminhos do desejo, desde Freud, passam pela comédia dos sexos.
O Eixo 2 mostra que o desejo nasce da fenda que se abre entre o prazer que se busca e o que se encontra. E que se deseja por não saber onde se goza.
O Eixo 3 mostra o reconhecimento de Lacan de que o desejo se articula ao campo da linguagem, ancorando-se no significante. E essa operação é a condição que o torna enganoso, lábil, indestrutível, indomável, errante e, por isso mesmo, interpretável.
Estes são alguns dos muitos sócios do desejo que pretende mostrar a cara numa Jornada conjunta que o IPB e a EBP/Seção Bahia “armaram”, nos dias 3 e 4 de novembro de 2023, no Boulevard Side – Caminho das Árvores, para a qual os convidam a chegar e ver…