O Desejo em Freud

Um componente essencial dessa vivência é a aparição de determinada percepção (a nutrição, em nosso exemplo), cuja imagem mnêmica fica, daí em diante, associada à marca que a excitação produzida pela necessidade deixou na memória. A próxima vez que esta sobrevir, à mercê do enlace assim estabelecido, suscitará uma moção psíquica, que procurará investir de novo a imagem mnêmica daquela percepção e produzir outra vez a própria percepção, vale dizer, restabelecer a situação da satisfação primeira. Uma moção dessa índole é o que chamamos de desejo; a reaparição da percepção, a realização do desejo, e o caminho mais curto para este, o que leva da excitação produzida pela necessidade ao investimento pleno da percepção. Nada nos impede de supor um estado primitivo do aparelho psíquico em que esse caminho se fazia exatamente assim e em que, portanto, o desejar desembocava num alucinar […] que conduzam ao estabelecimento da identidade desejada no mundo exterior. […] Pois bem, toda a complexa atividade do pensamento que se desenvolve desde a marca mnêmica até a criação da identidade de percepção pelo mundo exterior representa apenas um subterfúgio que a experiência tem demonstrado necessário para que se chegue à realização de desejos. O ato de pensar não é outra coisa que a substituição do desejo alucinatório. (FREUD, 1923/2011)

 

Nossa cultura se edifica sobre a sufocação das pulsões. Cada indivíduo cedeu um fragmento de seu patrimônio, da plenitude de seus poderes, das inclinações agressivas e vingativas de sua personalidade, e dessas contribuições nasceu o patrimônio cultural comum de bens materiais e ideais. Além da coerção da vida, foram, sem dúvida, os sentimentos familiares, derivados do erotismo, que moveram o indivíduo a tal renúncia. E esta foi progressiva no curso do desenvolvimento da cultura. A religião sancionou cada um de seus progressos, oferecendo, em sacrifício à divindade, cada fragmento de satisfação pulsional a que se renunciava e declarando “sagrado” o novo patrimônio coletivo assim adquirido. Quem em consequência de sua indomável constituição não possa acompanhar essa sufocação do pulsional enfrentará a sociedade como “delinquente”, como outlaw (fora da lei), a menos que sua posição social ou as suas aptidões sobressalentes permitam impor-se na qualidade de “grande homem” ou de “herói”. (FREUD, 1927/2018)

 

Para muitos de nós talvez seja difícil prescindir da crença de que no homem reside uma pulsão de aperfeiçoamento que o tem levado até seu atual nível de rendimento espiritual e sublimação ética, e da qual deve esperar-se que velará pela transformação do homem em super-homem. Eu, todavia, não creio numa pulsão interior dessa índole e não vejo nenhum caminho que permitiria preservar essa ilusão consoladora. (FREUD, 1930/2010).

 

A pulsão recalcada não cessa nunca de aspirar a sua total satisfação, que consistiria na repetição de uma vivência primária de satisfação; todas as formações substitutivas e reativas, e as sublimações são insuficientes para cancelar sua tensão permanente, e a diferença entre o prazer da satisfação encontrado e o pretendido desencadeia o fator impulsor, que não admite a detenção em nenhuma das situações estabelecidas, mas que, nas palavras do poeta, “tende, indomado, sempre para frente”. O caminho para trás, para a satisfação plena, em geral é obstruído pelas resistências em virtude das quais o recalque se mantém de pé, e desse modo só resta o remédio de avançar pela direção do desenvolvimento que permanece livre, ainda que sem esperança de dar fim ao processo ou de alcançar a meta. (FREUD, 1920/2020)

 

Ambos os vínculos marcham paralelamente durante algum tempo, até que, pela intensificação dos desejos sexuais orientados para a mãe, e pela percepção de que o pai é um obstáculo oposto à realização de tais desejos, nasce o complexo de Édipo. A identificação com o pai toma então um matiz hostil e se transforma em um desejo de suprimir o pai para substituí-lo em face da mãe. (FREUD, 1900/2019)

  • BREUER, J.; FREUD, S. Estudos sobre a histeria. (1893-1895) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. p. 161-162, 167, 171, 188.
  • FREUD, S. A interpretação dos sonhos. (1900) Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 13-126. (Obras Completas, 4)
  • FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. (1905) In: FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria (“O caso Dora”) e outros textos (1901-1905). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 13-165. (Obras Completas, 6)
  • FREUD, S. O chiste e sua relação com o inconsciente. (1905) In: FREUD, S. Trad. Fernando Costa Mattos e Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 13-257. (Obras completas, 7)
  • FREUD, S. Moral sexual ‘civilizada’ e doença nervosa moderna. (1908) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. IX. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 167-188.
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  • FREUD, S. A concepção psicanalítica da perturbação psicogênica da visão. (1910) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XI. Rio de Janeiro: Imago, 1970. p. 193-203.
  • FREUD, S. Sobre um tipo particular de escolha de objeto nos homens. (1910) In: FREUD, S. Amor, sexualidade, feminilidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. p. 121-135. (Obras incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, S. Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia (Dementia Paranoides) relatado em autobiografia (“O caso Schreber”). (1911) In: FREUD, S. Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia (“O caso Schreber”), artigos sobre técnica e outros textos (1911-1913). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 13-104. (Obras completas, 10)
  • FREUD, S. Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico. (1911) In: FREUD, S. Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia (“O caso Schreber”), artigos sobre técnica e outros textos (1911-1913). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 108-121. (Obras Completas, 10)
  • FREUD, S. Sobre a mais geral degradação da vida amorosa. (1912) In: FREUD, S. Amor, sexualidade, feminilidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2018. p. 137-153. (Obras incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, Sigmund. O interesse educacional da psicanálise. (1913) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XIII: Totem e Tabu e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
  • FREUD, S. Sobre o narcisismo: uma introdução. (1914) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 83-119.
  • FREUD, S. O Moisés de Michelangelo. (1914) In: FREUD, S. Totem e tabu, Contribuição à história do movimento psicanalítico e outros textos (1912-1914). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 373-412. (Obras completas, 11)
  • FREUD, S. Os instintos e seus destinos. (1915) In: FREUD, S. Introdução ao narcisismo, Ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 51-81. (Obras completas, 12)
  • FREUD, S. Luto e melancolia. (1917) In: FREUD, S. Neurose, psicose, perversão. Trad. Maria Rita Salzano Moraes. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 99-121. (Obras incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, S. Além do princípio do prazer. (1920) Trad. Maria Rita Salzano Moraes. Belo Horizonte: Autêntica, 2020. p. 41-43. (Obras incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, S. Sobre a psicogênese de um caso de homossexualidade feminina. (1920) In: FREUD, S. Neurose, psicose, perversão. Trad. Maria Rita Salzano Moraes. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 157-192. (Obas incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, S. Psicologia das massas e análise do eu. (1921) In: FREUD, S. Psicologia das massas e análise do eu e outros textos (1920-1923). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 13-113. (Obras Completas, 15)
  • FREUD, S. O Eu e o Id. (1923) In: FREUD, S. O Eu e o Id, “Autobiografia” e outros textos (1923-1925). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 13-74. (Obras completas, 16)
  • FREUD, S. O problema econômico do masoquismo. (1924) In: FREUD, S. Neurose, psicose, perversão. Trad. Maria Rita Salzano Moraes. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 287-304. (Obras incompletas de Sigmund Freud)
  • FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia. (1926) In: FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 13-123. (Obras completas, 17)
  • FREUD, S. Complementos a Inibição, sintoma e angústia: B) Angústia por transformação da libido. (1926) In: FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 108-111. (Obras completas, 17)
  • FREUD, S. Angústia, dor e luto. (1926) In: FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 119-123. (Obras completas, 17)
  • FREUD, S. O futuro de uma ilusão. (1927) In: FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (1926-1929). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 231-301. (Obras completas, 17)
  • FREUD, S. O mal-estar na civilização. (1930) In: FREUD, S. O mal-estar na civilização, Novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 13-321. (Obras completas, 18)
  • FREUD, S. Angústia e instintos. (1933) In: FREUD, S. O mal-estar na civilização, Novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-1936). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 224-262. (Obras completas, 18)
  • FREUD, S. Moisés e o monoteísmo. (1937) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XXIII. Rio de Janeiro: Imago, 1975. p. 11-161.
  • FREUD, S. Análise terminável e interminável. (1937) In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v. XXIII. Rio de Janeiro: Imago, 1975. p. 239-287.

O Desejo em Lacan:

[…] Não é o que chamamos, correntemente, o pensamento, porque aquilo de que se trata o tempo todo é de um desejo.

 

Deus sabe que esse desejo, nós aprendemos ao longo da nossa pesquisa a nos aperceber de que ele corre como um anel que vemos desaparecer e reaparecer num jogo de passa-passa. Afinal de contas, ainda não sabemos se deve ser situado do lado do inconsciente ou do lado do consciente. E desejo de quem? e de que falta sobretudo? (LACAN, 1953-1954/2009, p. 65)

 

[…] ‘O desejo do homem é o desejo do outro’. É exatamente isso que está expresso no modelo pelo espelho plano. É aí também que reencontramos o estádio do espelho clássico de Jacques Lacan, esse momento de virada que aparece no desenvolvimento em que o indivíduo faz da sua própria imagem no espelho, de si mesmo, um exercício triunfante. Podemos, por certas correlações do seu comportamento, compreender que se trata aí, pela primeira vez, de uma apreensão antecipada do domínio.

 

Tocamos também aí com o dedo em algo diverso, que é o que chamei o Urbild, Bild num sentido diferente daquele que lhes servia há pouco – o primeiro modelo em que se marca o atraso, o descolamento do homem em relação à sua própria libido. Essa hiância faz com que haja uma diferença radical entre a satisfação de um desejo e a corrida em busca do acabamento do desejo – o desejo é essencialmente uma negatividade, introduzida num momento que não é especialmente original, mas que é crucial, de virada. O desejo é apreendido inicialmente no outro, e da maneira mais confusa. A relatividade do desejo humano em relação ao desejo do outro, nós a conhecemos em toda reação em que há rivalidade, concorrência, e até em todo o desenvolvimento da civilização, inclusive nesta simpática e fundamental exploração do homem pelo homem cujo fim não estamos no ponto de ver, pela razão de que é absolutamente estrutural, e que constitui, admitida uma vez por todas por Hegel, a estrutura mesma da noção de trabalho. Certo, não se trata mais aí do desejo, mas da mediação completa da atividade enquanto propriamente humana, engajada na via dos desejos humanos.

 

O sujeito localiza e reconhece originalmente o desejo por intermédio não só da sua própria imagem, mas também do corpo do seu semelhante. É exatamente aí, nesse momento, que se isola, no ser humano, a consciência enquanto consciência de si. É na medida em que é no corpo do outro que ele reconhece o seu desejo que a troca se faz. É na medida em que o seu desejo passou para o outro lado, que ele assimila o corpo do outro e se reconhece como corpo. (LACAN, 1953-1954/2009, p. 195-196)

 

O desejo é, no sujeito humano, realizado no outro, pelo outro – no outro, como vocês dizem. Está aí o segundo tempo, o tempo especular, o momento em que o sujeito integrou a forma do eu. Mas só pôde integrá-la após um primeiro jogo de báscula em que trocou justamente o seu eu por esse desejo que vê no outro. Desde então, o desejo do outro, que é o desejo do homem, entra na mediatização da linguagem. É no outro, pelo outro, que o desejo é nomeado. Entra na relação simbólica do eu e do tu, numa relação de reconhecimento recíproco e de transcendência, na ordem de uma lei já inteiramente pronta para incluir a história de cada indivíduo. (LACAN, 1953-1954/2009, p. 234)

 

Se efetivamente o conceito é o tempo, devemos analisar a palavra por andares, procurar os múltiplos sentidos dela entre as linhas. É sem fim? Não, não é sem fim. Todavia, o que se revela por último, a última palavra, o último sentido, é essa forma temporal com a qual entretenho vocês, e que é, por si só, uma palavra. O último sentido da palavra do sujeito diante do analista é a sua relação existencial diante do objeto do seu desejo. (LACAN, 1953-1954/2009, p. 316)

 

[…] Por quê? Muito precisamente, porque há sempre como terceiro, até na relação mais primitiva, a da criança com a mãe, o falo como objeto do desejo da mãe, o que instaura uma barreira intransponível à satisfação do desejo da criança, o qual consiste em ela mesma ser o objeto exclusivo do desejo da mãe. E é isso que a impele a uma série de soluções, que serão sempre de redução ou de identificação dessa tríade. Sendo preciso que a mãe seja fálica, ou que o falo seja colocado no lugar da mãe, teremos o fetichismo. Sendo preciso que ela realize em si mesma, intimamente, a junção do falo com a mãe, sem a qual nada nela poderá satisfazer-se, teremos o travestismo. Em suma, é na medida em que a criança – isto é, o ser que entra com necessidades naturais nessa dialética – não renuncia a seu objeto que seu desejo não consegue satisfazer-se. (LACAN, 1957-1958/1999, p. 298)

 

Quanto a isso, basta invocar a prática de cada um dos que são analistas. Quanto aos outros, que releiam à luz disso os sonhos citados na Traumdeutung, e perceberão que, nessa interpretação ponderada, não se trata de nada além de uma frase reconstituída, e perceberão o ponto de falha em que, como frase, e não, em absoluto, como sentido, ela permite ver o que claudica. E o que claudica é o desejo. (LACAN, 1968-1969/2008, p. 193)

 

Aliás, a propósito do célebre sonho Ele não sabia que estava morto, assinalei há muito tempo a linha superior em meu grafo, Ele não sabia, como o questionamento da enunciação do sujeito dividido na origem. É isso que faz a dimensão do desejo ser a do desejo do Outro. É na medida em que o desejo do Outro é impossível de formular na fantasia traumática que o desejo germina no que se pode chamar de desejo de saber, colocando de saber entre parênteses. (LACAN, 1968-1969/2008, p. 266. Grifos do autor.)

 

Esse aonde eu quero chegar, de qualquer modo, é um ótimo exemplo do que formulo a respeito do desejo do Outro. Che vuoi? Quéquielequé? Evidentemente, quando a pessoa pode dizê-lo de imediato, sente-se muito melhor. É uma boa oportunidade para observarmos o fator de inércia constituído por esse Che vuoi? pelo menos quando se pode responder. É por isso mesmo que, na análise, nós nos esforçamos por deixar essa pergunta em suspenso. (LACAN, 1970-1971/2009, p. 23. Grifos do autor.)

Referências

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap.4 – O eu e o Outro, p. 65.

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 5 – Introdução e resposta a uma exposição de Jean Hyppolite sobre a Verneinung de Freud, p. 86.

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 12 – Zeitlich – Entwickelungsgeschichte, p. 195-196.

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 13 – A báscula do desejo, p. 224-227, 229-231.

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 14 – As flutuações da libido, p. 234.

LACAN, J. O seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. (1953-1954) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 19 – A função criativa da palavra, p. 316.

LACAN, J. O seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. (1954-1955) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. Cap. 17 – Perguntas àquele que ensina, p. 286.

LACAN, J. O seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. (1954-1955) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. Cap. 18 – O desejo, a vida e a morte, p. 299-317.

LACAN, J. O seminário, livro 3: As psicoses. (1955-1956) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002. Cap. XI – Da rejeição de um significante primordial, p. 166-181.

LACAN, J. O seminário, livro 4: A relação de objeto. (1956-1957) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1995. Cap. 6 – O primado do falo e a jovem homossexual, p. 95-111.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 5 – O pouco-sentido e o passo-de-sentido, p. 87-105.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 8 – A foraclusão do Nome-do-Pai, p. 149-165.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 9 – A metáfora paterna, p. 166-184.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 10 – Os três tempos do Édipo, p. 185-203.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 11 – Os três tempos do Édipo (II), p. 204-220.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 14 – O desejo e o gozo, p. 261-279.

LACAN, J. O seminário, livro 5: As formações do inconsciente. (1957-1958) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. Cap. 15 – A menina e o falo, p. 280-521.

LACAN, J. O seminário, livro 6: O desejo e sua interpretação. (1958-1959) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2016. p. 11-520.

LACAN, J. O seminário, livro 7: A ética da psicanálise. (1959-1960) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Cap. 24 – Os paradoxos da ética ou Agiste em conformidade com teu desejo?, p. 364-380.

LACAN, J. O seminário, livro 8: A transferência. (1969-1961) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. Cap. 14 – Demanda e desejo na fase oral e anal, p. 246-482.

LACAN, J. O seminário, livro 8: A transferência. (1969-1961) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. Cap. 21 – O desejo de Pensée, p. 367-385.

LACAN, J. O seminário, livro 8: A transferência. (1969-1961) 2. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. Cap. 25 – A angústia na sua relação com o desejo, p. 439-453.

LACAN, J. O seminário, livro 9: A identificação. (1961-1962) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Recife: Centro de Estudos Freudiano do Recife, 2003. Lição X, de 21 de fevereiro de 1962, p. 147-157.

LACAN, J. O seminário, livro 9: A identificação. (1961-1962) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Recife: Centro de Estudos Freudiano do Recife, 2003. Lição XI, de 28 de fevereiro de 1962, p. 159-172.

LACAN, J. O seminário, livro 9: A identificação. (1961-1962) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Recife: Centro de Estudos Freudiano do Recife, 2003. Lição XV, de 28 de março de 1962, p. 219-235.

LACAN, J. O seminário, livro 10: A angústia. (1962-1963) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. p. 11-366.

LACAN, J. O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. (1964) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Parte 4 – O campo do Outro e o retorno sobre a transferência, p. 199-252.

LACAN, J. O seminário, livro 12: Problemas cruciais para a psicanálise. (1964-1965) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Recife: Centro de Estudos Freudiano do Recife, 2006. Aula de 10 de março de 1965, p. 193-221.

LACAN, J O seminário, livro 13: O objeto da psicanálise. (1965-1966) Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. São Paulo: Fórum do Campo Lacaniano, 2018. Lições de 12 a 23 de março de 1966, p. 286-304.

LACAN, J. O seminário, livro 16: De um Outro ao outro. (1968-1969) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Cap. 12 – O acontecimento Freud, p. 199-252.

LACAN, J. O seminário, livro 16: De um Outro ao outro. 1968-1969) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Cap. 13 – Do gozo postulado como um absoluto, p. 198-210.

LACAN, J. O seminário, livro 16: De um Outro ao outro. (1968-1969) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008. Cap. 17 – Pensamento censura, p. 257-270.

LACAN, J. O seminário, livro 18: De um discurso que não fosse semblante. (1971) 1. ed. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009. Cap. 2 – O homem e a mulher, p. 22-36.

O Desejo em Miller:

MILLER, J.-A. A interpretação pelo avesso. Opção Lacaniana, Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, São Paulo, n. 15, p. 96, 1996. Grifos do autor.

O que é o inconsciente? Como se interpreta seu inconsciente? – quando não mais referido à consciência, mas à função da palavra no campo da linguagem. Quem não sabe que o inconsciente fica inteirinho na defasagem? – a defasagem que se repete no que quero dizer ao que digo – como se o significante desviasse a trajetória programada do significado, e isso fornece elemento para ser interpretado – como se o significante interpretasse a seu modo o que quero dizer. Freud situou aí, nessa defasagem, o que chamou o “inconsciente” – como se no lugar do meu querer dizer, que é minha “intenção de significação”, ficasse o querer dizer de significação outra que seria o do próprio significante, designado por Lacan com o “desejo do Outro”.

A equivalência do inconsciente e da interpretação é o que surge no fim do seminário “Desejo e sua interpretação” – neste paradoxo o desejo inconsciente é sua interpretação.

 

MILLER, J.-A. Perspectivas do Seminário 23 de Lacan – O Sinthoma. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2010. p. 115.

[…] O que Lacan chama de sujeito suposto saber é um certo efeito de significação que obtura a solução do desejo do analista. É, para simplificar, a suposição do inconsciente, a noção, a nuvem espessa segundo a qual o que se diz na análise quer dizer outra coisa.

Referências

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Outros Autores:

ALVARENGA, E. Amor e angústia: entre desejo e gozo. In: ALVARENGA, E. Entre o gozo e o desejo: uma leitura do seminário A angústia, de Jacques Lacan. Belo Horizonte: Scriptum, 2022. p. 136-155.

“[…] A angústia ocupa uma posição mediana e não mediadora, entre o gozo e o desejo. O gozo não reconhece o Outro, senão através deste resto o pequeno a, e no final dessa operação temos o sujeito barrado, um dos dois termos que constitui na fantasia o suporte do desejo. O sujeito barrado é o sujeito do desejo. Na fantasia, esse sujeito está escrito, sujeito em conjunção ou disjunção com o objeto a.” (p. 139)

 

HORNE, B. O desejo de escola e suas consequências. Opção Lacaniana, Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, São Paulo, n. 12, p. 113-115, 2018.

“[…] O desejo da escola está estreitamente vinculado, para quem segue as coordenadas da Orientação Lacaniana, ao desejo de passe e ambos ao desejo do analista: o desejo de saber. É um desejo que, sabemos, Lacan qualificou de inumano e que exige ao analista a manutenção de uma posição ética rigorosa que Lacan no “Impromptu sur le discours analytique” (1975), materializa escrevendo: silêncio, semblante e resto. Também no campo institucional se concretiza uma exigência ética ao membro. O membro como analista também tem algo de santo, contanto que não faça caridade institucional. Deve dedicar-se a tecer um saber em coletivo, isso é, a partir do S(Ⱥ).” (p. 113)

 

CAMPOS, S de. O desejo na neurose obsessiva. In: CAMPOS, S de. Supereu Uerepus: das origens aos seus destinos. Belo Horizonte: Escola Brasileira de Psicanálise, 2015. p. 175-200.

“[…] No seminário 5 (08/01/1958), Lacan baliza o Outro como sede do código que cruza com o desejo na linha do significante. Por causa desse cruzamento o Outro produzirá uma refração no desejo pelo significante, de sorte que o desejo chega como significado diferente de como era antes. O Outro é o lugar ab origine onde se situam o código, a lei e as proibições (LACAN, [1957-1958] 1999, p. 155). Então, pode se deduzir que o Outro contém o código que pode ser expresso através da lógica e de sua proibição.” (p. 174)

Referências

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