
Boletim #01 – AGOSTO 2023
Editorial
Julia Jones (cartelizante e associada ao IPB)
Colhendo os efeitos do que foi provocado por Aléssia Fontenelle no argumento das Jornadas “Desejo, mostra a sua cara!”, este novo número do boletim Desidério deixa bem estabelecida a transferência de trabalho que as comissões têm com a Escola. Um número envolvido pela arte em suas distintas faces, com produções que certamente causarão entusiasmo para os próximos números e para o longo percurso de preparação até os dias 3 e 4 de novembro deste ano, quando nos encontraremos para compartilhar a causa e o interesse de cada um pela psicanálise.
LAMPEJOS
Lay lady lay
Luiz Felipe Monteiro (EBP/AMP) – Diretor daEBP Seção Bahia
Lá se vão pelo menos uns vinte anos de quando ouvi pela primeira vez Lay Lady Lay. “You can have your cake and eat too” nunca parou de tocar desde então. A ironia de Bob Dylan é uma lição impagável sobre o desejo e suas tortuosidades, sobre o desejo em seu jogo de espelhos. Sempre engana, mas é por acertar em um ponto onde a imagem narcísica não pode ser atingida. É o próprio engano, poderíamos dizer; algo que está necessariamente em outro lugar, em outra cena.

“Desejo, mostra a sua (tua) cara”
nos teus descaminhos, nas tuas manifestações e na tua interpretação
Analícea Calmon (EBP/AMP) – Diretora do Instituto de Psicanálise da Bahia
O Eixo 1 diz que o amor permite à mulher se separar da mãe e desejar o falo, bem como o desejo pode retirar o homem do gozo do Um e lhe permitir uma outra condição amorosa. Esse negócio é reafirmado por Lacan, no Seminário 15, ao dizer que “quando uma mulher crê amar um homem, na verdade ela o deseja; quando um homem crê desejar uma mulher, na verdade ele a ama”.

O Desejo é a forma
Entrevista a Fabián Naparstek (EOL/AMP)
Gabriela Grinbaum: Como você poderia explicar o que é o desejo?
Fabián Naparstek: Justamente ontem comentei um caso clínico na Faculdade: um homem tinha uma adicção ao sexo. Ele dizia que não podia deixar de ser infiel, que tinha uma voracidade que lhe era impossível parar e que estava com todas as mulheres possíveis. O que eu marcava ali era que sua infidelidade se devia ao fato de que estava casado. Ele não tinha um desfrute pela infidelidade, mas não podia parar de fazer sexo com qualquer mulher. Tratava-se de uma psicose.

DESEJAR-TE
Edição de vídeo: Gustavo Menezes Borges – @gmenezesborges
Desejo e pertencimento em Clarice Lispector
Marlon Marcos – Poeta Antropólogo e estudante do Curso Regular do IPB
Notabilizada como uma grande escritora da introspecção, Clarice Lispector é veiculada no mundo intelectual como uma espécie de pensadora social, que aqui chamarei de “sentidora social” por concordar com Audre Lorde que a dimensão do sentimento abarca a do pensamento, que seria outra forma de aprender e apreender e não a definidora de todo tipo de expressão do conhecimento. Sentir o mundo da vida é maior ou mais complexo que pensá-lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O Desejo em Freud
Um componente essencial dessa vivência é a aparição de determinada percepção (a nutrição, em nosso exemplo), cuja imagem mnêmica fica, daí em diante, associada à marca que a excitação produzida pela necessidade deixou na memória. A próxima vez que esta sobrevir, à mercê do enlace assim estabelecido, suscitará uma moção psíquica, que procurará investir de novo a imagem mnêmica daquela percepção e produzir outra vez a própria percepção, vale dizer, restabelecer a situação da satisfação primeira. Uma moção dessa índole…

Diretoria da EBP – Bahia: Diretor Geral – Luiz Felipe Monteiro | Diretora Secretária Tesoureira – Luiza Sarno
Diretora de Cartéis e Intercâmbio – Carla Fernandes | Diretor de Biblioteca – Rogério Barros
Diretoria do IPB: Analícea Calmon (Diretora Geral) | Sônia Vicente (Diretora de Ensino)
Luiza Sarno (Diretora de Planejamento e Finanças)
Coordenação Geral das XXVII Jornadas: Pablo Sauce (EBP/AMP)
Comissão de Comunicação: Daniela Nunes Araujo (coord), Bruno Oliveira,
Graziela Vasconcelos, Júlia Jones, Liliane Sales, Márcia Ledo, Tânia Abreu e Wilker França.
Designer: Bruno Senna
