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Editorial Boletim PHÁTOS #01

por Luiz Mena (EBP/AMP)

Bem-vindos ao boletim PATHOS #1 – Boletim das XXVIII Jornadas da EBP-BA e XXIV Jornadas do IPB: “AS PAIXÕES DO FALASSER”. Esse número traz seis contribuições de primeiríssima qualidade, divididas em cinco rubricas: LETRAS, PÍLULAS, RASTROS, ESCUTAS e FUROS.

Abrindo nosso boletim, Marcela Antelo (AME EBP/AMP) nos traz uma pesquisa das origens das paixões, e se centra na preguiça, “a mais poderosa das paixões”, segundo Samuel Beckett. Como explica Marcela, “na preguiça o corpo aparece sitiado por um Outro que não deseja nada”. Marcela defende também que a preguiça não é um diagnóstico, e que não devemos demonizá-la como fazem os coaches contemporâneos, mas sim orientar-nos em sua dimensão clínica como todas as paixões.

Ainda em LETRAS, Graziela Vasconcelos (IPB) nos brinda com um texto sobre a relação do falasser com o corpo, para entender como as paixões afetam o corpo. Para isso, traz uma importante distinção que toma de Laurent: “A relação do sujeito com o corpo se dá pela imagem ou pelo furo”. Essa é a via que o texto de Graziela toma, trazendo a surra de Joyce como exemplo do que faz furo no corpo, ao invés de uma relação narcísica com a imagem.

Na rubrica PÍLULAS, contamos com a participação super especial da diretora geral da EBP, Patrícia Badari (EBP/AMP), que topou participar de nosso boletim respondendo a uma pergunta especialmente para PATHOS: “O que dizer das paixões na época em que o Outro não existe?” Patrícia toma a referência de Lacan em Televisão, fazendo uma distinção entre as paixões do ser, que dizem respeito à alienação ao Outro, e as paixões da alma, ou paixões do objeto a, que dizem respeito à separação do Outro. Nesse sentido, se tomarmos o objeto a como parceiro essencial do sujeito, diz Patrícia que se trataria de conseguirmos ir além desse circuito pulsional que repete sem cessar o gozo, em um certo saber fazer com as paixões.

Na rubrica RASTROS, Kleyanne Lima (IPB) e Quezia Menezes aceitaram o convite de PATHOS para investigar meios diferentes de expressão das paixões e dos afetos, para tentar apreender as paixões que afetam o corpo sem passar necessariamente pela palavra. Nesse número, elas nos brindam com uma análise do famoso quadro “O grito”, de Edvard Munch, de 1893. Através das cores intensas, escuras, elas explicam que Munch busca retratar “as sombras da angústia humana, de algo incompreensível que está além da simbolização e do que é alcançável por meio da palavra”.

Na rubrica ESCUTAS, Nilton Cerqueira (EBP/AMP) nos convida e orienta com relação às Jornadas Clínicas, momento riquíssimo de nossas jornadas em que a prática clínica estará no centro do debate. O convite de Nilton se estende a todos nós que somos atravessados por essa “prática impregnada de corpos falantes que padecem de paixões”, como ele tão bem precisa. Essa experiência viva, diz Nilton, demanda de cada praticante um verdadeiro esforço de elaboração, para que algo se decante e possa, talvez, ser transmitido. Essa é a aposta das Jornadas Clínicas que, esse ano, trarão o pathos das paixões para o centro do debate.

Finalizando, esse número de PATHOS, teremos na rubrica FUROS a “paixão de Lars von Triers”.

Boa leitura!

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