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EXTRA 004 – OUTUBRO 2024

EDITORIAL

Cláudio Melo (IPB)

Esta edição extra é realmente especial, pois dá espaço às vozes apaixonadas de alguns êxtimos que contribuiram ativamente na elaboração dessas Jornadas.

Fernanda Otoni AME (EBP/AMP) fala de um gozo real que transcende o princípio do prazer, manifestando-se no laço social como um mal indesejado, representado pelo objeto a. Ela nos lembra de que, segundo Lacan, em seu último ensino, a paixão se direciona ao que “a-parece” como semblante de objeto a. A análise busca então tratar essa paixão, permitindo ao sujeito inventar uma nova relação com esse objeto mal-dito presente no laço social.

Gerardo Arenas (EOL/AMP), por sua vez, examina qual posição o analista deve ocupar em relação às paixões e questiona se o analista pode realmente ser “desapaixonado.” Utilizando três momentos na obra de Lacan, Arenas responde à questão afirmando que, no discurso analítico, o saber, o gozo no ato analítico e o entusiasmo são paixões que estarão sempre presentes no analista. Portanto, “…atuar como analistas não nos torna anjos” desapaixonados, mas é crucial que essas paixões não atrapalhem as invenções singulares de cada analisando.

Nessa mesma direção, Marina Recalde AME (EOL/AMP) afirma que a paixão pela ignorância está presente na formação do analista, não como uma negação do saber, mas numa forma mais elaborada do não-saber, que livra o analista de uma posição de mestre. Assim, o analista deve tratar essa ignorância como um sintoma e dela extrair seu “fruto mais positivo”.

Para concluir, Fabián Naparstek AME (EOL/AMP) destaca o papel que o humor, o chiste e o cômico têm na direção da cura. Ele reitera que a interpretação tem a mesma estrutura do chiste, isto é, dar sentido ao sem-sentido, um tratamento pelo simbólico. O cômico, por sua vez, tem o efeito de descarga, um efeito econômico sobre o gozo, ao desvelar, no Outro, o que está oculto pela imagem. Já o humor nos oferece alívio do fardo da realidade externa, ao dar um tratamento ao Real.

Boa leitura!

Amo em ti algo que é mais do que tu

Fernanda Otoni Brisset

Em As paixões religiosas do parlêtre lemos, com É. Laurent, que há sempre no laço social um mesmo princípio de ilimitação: isso que não cabe em forma social alguma – um pedaço ambulante, um excedente do qual o sujeito não cessa de tentar se separar – um gozo mau. Afinal, o gozo é um mal, dirá Lacan: (…) é um mal porque comporta um mal ao próximo. (…) Isto tem um nome – é o que se chama além do princípio do prazer.”

Analistas apaixonados

Gerardo Arenas

Em seu Seminário 17, Lacan observa que não falta a Yahvé nenhuma das paixões destacadas pelo budismo, e que isso é revelado pelo seu discurso, cuja forma é a do discurso do mestre. A seguir, ele contrasta o que acontece com isso na análise, dizendo que “o único sentido que se pode dar à neutralidade analítica, é a não participação [do analista] nessas paixões”. Então, se amor, ódio e ignorância fossem as únicas paixões próprias do falasser, o analista deveria ser…

Um tratamento da ignorância

Marina Recalde

Meu interesse é, fundamentalmente, clínico e foi o que me instigou a ler em Lacan, no Escrito “Variantes do tratamento padrão”, o seguinte: “O analista, com efeito, só pode enveredar por ela [refere-se à formação] ao reconhecer em seu saber o sintoma de sua ignorância (…). A ignorância, de fato, não deve ser entendida aqui como ausência de saber, mas, tal como o amor e o ódio, como uma paixão do ser, à semelhança deles, uma via em que o ser se forma (…)” (…)

A satisfação no humor, no chiste e no cômico

Fabián Naparstek

Nas elaborações que realizamos junto aos colegas com os quais trabalhamos para as próximas jornadas, nos detivemos na questão do humor e suas múltiplas variáveis. Um primeiro momento foi dedicado à diferença que Freud estabelece entre o humor, o chiste e o cômico. No caso do chiste, percebe-se bem a participação dos representantes dentro do aparelho psíquico. A condensação e o deslocamento permitem que o movimento dos representantes nos possibilite…

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Diretor Seção – Luiz Felipe Monteiro | Diretora do IPB – Analicea Calmon

Coordenador Geral da Jornada – Iordan Gurgel

Coordenador da Comissão de Comunicação – Marcelo Magnelli

Comissão de Boletim: Julia Solano(Coord.), Luiz Mena, Claudio Melo, Graziela Vasconcelos,
Guacira Cavalcanti, Kleyanne Lima, Liliane Sales, Marília Santiago.

Criação e Editoração: Bruno Senna – sennabruno@gmail.com

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