Boletim PHÁTOS EXTRA #02

EXTRA 002 – AGOSTO 2024

EDITORIAL

Por Julia Solano (EBP/AMP)

Nesta edição extra contaremos com algumas informações importantes sobre a submissão de trabalhos para as jornadas. Pablo Sauce (EBP/AMP) nos orientará sobre isso no seu texto, nos lançando um instigante convite à escrita a partir de um fragmento clínico. Em seguida, apresentamos o vídeo de Marcelo Veras (AME EBP/AMP), que, de maneira poética, esclarece questões sobre essa temática. Deseja escrever um trabalho, mas tem alguma dúvida? Se sim, leia esta edição até o final! Aguardamos suas produções!

Um Convite a Escrita

Pablo Sauce (EBP/AMP) – Coordenador do núcleo da Jornada Clínica

Provocado particularmente pelas paixões do tédio e da (douta) ignorância, na abertura de “El curso de las pasiones” , Germán García coloca as cartas na mesa ao explicitar os motivos que o levaram a se interessar pelo assunto das paixões. Para justificar a escolha do tema, diz o seguinte: “dito pela negativa, meu interesse se originou pelo tédio que me produz a maneira como nos contamos a psicanálise uns aos outros na cidade de Bs. As. Dito pela positiva, queria encontrar alguma ideia um pouco menos abstrata das que J. Lacan coloca quando fala da exclusão, ou foraclusão, ou rechaço do sujeito na ciência moderna” (século XVIII). Ou seja, seguindo Lacan, procura nos antecedentes discursivos da psicanálise e da ciência os recursos para uma explicação “um pouco menos abstrata” dos fundamentos da experiência analítica; e para isso recorre à linguagem das paixões.

Orientação para o envio de trabalhos

A paixão de Freud pela verdade, no encontro com a-histérica e seus enigmáticos sintomas no contexto de uma determinada época, o levaram a criação de um discurso novo: o da psicanálise; o qual foi possível a partir da posta em jogo na cena do mundo de um desejo inédito: o desejo do analista, um desejo que, ao contrário do desejo do analisante, não existia até esse momento. E assim fez desse modo particular de tratamento das paixões, um ofício; o qual implica um desejo de saber ler os sintomas a partir de uma douta ignorância sobre os ditos apaixonados. Desse modo surge o dispositivo analítico, uma forma de tratar sob transferência os afetos como efeitos no corpo do fato de que, entre nós, circula um dizer: padece-se da linguagem. Amor, ódio, ignorância, tristeza, felicidade, mania, vergonha, tedio, preguiça, mal humor, gaio-saber etc.

ECO

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