Scroll to top

Editorial Erosditos #04

Já em clima de reta final para o nosso encontro, apresentamos agora a quarta edição do nosso boletim!

Neste número, na rubrica Rasuras, contaremos com o texto da nossa convidada Rosa Lopez, intitulado A Aposta Masculina, juntamente com os trabalhos Amor e Devastação (Sofrências) de Marcus André Vieira e A Ventilação Analítica e o Não-Todo, de Gabriel Racki. A rubrica Biblion destaca referências importantes articuladas à sexuação e ao amor.

O tema da parceria amorosa aparece como destaque nos textos, marcando que o amor só se inscreve se houver alteridade, se houver um Outro.  “Se a alteridade é completamente perdida, o encontro sexual se converte em uma rotina, se não uma obrigação”, nos lembra Rosa López.  O amor, portanto, é o que nos permite sair do narcisismo, impulsionando-nos ao enlace com o Outro. Esse laço que se inscreverá pode aliviar o sofrimento, seguindo a máxima freudiana de que o amor nos impede de adoecer, mas também pode caminhar pelas trilhas áridas da devastação, como destaca Marcus André Vieira “ Dito de outro modo, a devastação é ‘não sem’ Outro. Mas qual é o Outro da devastação?”

Seguindo nessa perspectiva do amor enquanto promotor de um enlaçamento, Racki traz uma perspectiva interessante ao retomar a passagem de Lacan sobre o inconsciente enquanto Enxame de uns, no seminário XX. “Um deserto, como “um pacote de uns” que não se dirigem ao Outro, mas afetam o corpo. Essa é a pergunta que Lacan está se fazendo nessa aula … Como, de um pacote de uns que afetam o corpo, como se engendra um saber, diz ali. Então, vem a frase equívoca que dá título ao Seminário “O não sabido que sabe é o amor”…O amor é como uma faísca que acende uma ligação de saber a partir dos uns sós.”

No Enxame Cultural contaremos com os trabalhos de cartelizantes que versam sobre a temática, presenteando-nos com instigantes leituras sobre as parcerias de Salvador e Gala Dali bem como de Picasso e Dora Maar.

Em tempos de novos arranjos no campo dos laços amorosos, faz-se necessário a reflexão: seria a alteridade condição essencial para o estabelecimento da parceria sintomática? Aproveito o ensejo para dizer que todas as imagens desse boletim são IA, geradas por Marcelo Magnelli em parceria com uma plataforma digital.

Será que poderia dizer parceria aqui? Deixo a pergunta. Boa leitura!

Related posts