Editorial
Julia Solano
Já em clima de reta final para o nosso encontro, apresentamos agora a quarta edição do nosso boletim!
Neste número, na rubrica Rasuras, contaremos com o texto da nossa convidada Rosa Lopez, intitulado A Aposta Masculina, juntamente com os trabalhos Amor e Devastação (Sofrências) de Marcus André Vieira e A Ventilação Analítica e o Não-Todo, de Gabriel Racki. A rubrica Biblion destaca referências importantes articuladas à sexuacão e ao amor.
Rasuras
A aposta masculina
Rosa López
Psicanalista em Madrid. AME da Associação Mundial de Psicanálise e da Escuela Lacaniana de Psicoanálisis. Ensinante do Instituto del Campo Freudiano.
Notemos que o autor não se refere às mulheres em geral, nem sequer a uma mulher em concreto, senão ao obscuro, por irrepresentável do feminino. Por mais que se tente, a “essência” do feminino não se pode tocar porque não existe. Nem o entediado Rajá de Alphonse Allais, que ordena que a pele da bailarina seja tirada depois da queda do último véu, nem o homem que leva seus ciúmes até o homicídio conseguem apreender “esse feminino” que “passa e parte”.
Amor e devastação (sofrências)
Marcus André Vieira
Psicanalista, AME, AE (2012-2015), membro da EBP e da Associação Mundial de Psicanálise
O analista, por ter seu ofício pautado pelo amor de transferência, talvez tenha algo a dizer sobre o amor. No entanto, só o apreende “de dentro”, sempre de algum lugar específico em que é posto pelo analisante na transferência. Dessa forma, jamais tem dele uma visão panorâmica, de observador, que, sabemos, é sempre uma posição de pretenso domínio, do mestre.
Ventilação analítica e o Não-todo
Gabriel Racki
FALTA CRÉDITOS
As Jornadas de La Plata e as noites da Diretoria introduzem uma questão que não deve ser tomada como óbvia. Nelas, o termo não-todo, que vem das fórmulas da sexuação para nomear um modo de inscrição do ser falante na sexuação, está junto com o analista, com a psicanálise. Isso é um pulo e, apesar de não ser óbvio, já sugere um fio condutor. Estão investigando (e me alio a isso) e aproveitando ao máximo da convergência entre analista e o modo no qual se nomeia uma inscrição na vida sexuada, que não é o para todos fálico.
Biblio-on
Paulo Gabrielli (coordenador da comissão de bibliografia), Carla Fernandes, Luiz Felipe Monteiro, Milena Nadier e Rogerio Barros.
“Uma terceira via de acesso ao estudo do narcisismo constitui a vida amorosa dos seres humanos, em sua variada diferenciação no homem e na mulher (…) A comparação entre o homem e a mulher mostra que há diferenças fundamentais, embora não universais, naturalmente, quanto ao seu tipo de escolha de objeto” (p. 23-24).
Freud, S (1914). Introdução ao Narcisismo. In: Obras Completas. Introdução ao Narcisismo, Ensaios de Metapsicologia e Outros Textos (1914-1916). Vol. 12. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Enxame Cultural
O que se escreve entre o Louco e o Anjo?
Cartel composto por Aléssia Fontenelle (Mais-um), Fábio Mantovaneli, Giovanna Reis Mesquita, Graziela Pires e Wilker França.
Em 2013 o tema de enamoramento entre homem e máquina foi abordado no cinema através do filme “Her” dirigido por Spike Jonze. Este tema passou a ser pauta. Ora defendido, ora ridicularizado. O filme retrata as novas configurações do amor e retrata o relacionamento entre o escritor Theodore (Joaquin Phoenix) e o sistema operacional Samantha (Scarlett Johansson). Muito se falou sobre a questão imaginária, a idealização do par romântico que enfim se realiza através da máquina.
CARTEL “O MINOTAURO E A MULHER QUE CHORA”
(PICASSO e DORA MAAR)
EBP-BA, NOITE DA BIBLIOTECA – 14/09/2022
Nesta Noite da Biblioteca, em que Cartéis conversam em torno de duas obras publicadas no Campo Freudiano – O que do encontro se escreve: estudos lacanianos, de Pierre Naveau, e Parejas célebres: lazos inconscientes, de Dalila Arpin –, coube-nos, enquanto Cartel, apresentar PICASSO Y DORA MAAR – El Minotauro y la mujer que llora, de Dalila Arpin, articulando-o ao capítulo XII, “O encontro – do impossível ao contingente”, do livro de Pierre Naveau.