Editorial
Marcelo Magnelli
Associado do Instituto de Psicanálise da Bahia
Das condições do amor à sua erosão, passando pela erótica possível ao longo dos tempos, em suas relações com o gozo e tomando as danças do amor de Pina como expressão artística. Este bem que pode ser um caminho de leitura para este número do Boletim.
Rasuras
Erótica e Feminino
Ana Lucia Lutterbach
Psicanalista membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e AE da Associação Mundial de Psicanálise (AMP – 2007/2010).
A psicanálise, apesar de ter produzido uma importante mudança de perspectiva sobre o amor e a sexualidade, não foi mais longe na investigação de uma erótica e o sinal mais patente desta carência seria o problema da feminilidade. Com essa observação, Lacan propõe uma disjunção entre erótica e sexualidade e situa a feminilidade como sinal dos limites de uma investigação sobre a erótica.
Nos dicionários consultados não se encontra o substantivo “erótica”, apenas o adjetivo «erótico», relativo ao amor físico e à sexualidade.
O um não está mais aqui. O levaram
Sérgio de Mattos
Psicanalista membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) e AE da Associação Mundial de Psicanálise (AMP – 2020/2023).
A frase que constitui o título desse trabalho parece tão atual que poderia ser tomada como uma possível variação do sintagma “Outro que não existe”, ou da expressão “Modernidade líquida”. Entretanto, ela pode ser encontrada em muitos cantos místicos dos séculos XVI-XVII, cantos que inauguram o relato desta perda do Um, e a história de seus retornos a outro lugar e de outras maneiras
Biblio-on
Paulo Gabrielli (coordenador da comissão de bibliografia), Carla Fernandes, Luiz Felipe Monteiro, Milena Nadier e Rogerio Barros.
“Vemos, assim, que o amor e o ódio, que se nos apresentam como opostos completos em seu conteúdo, afinal de contas não mantém entre si uma relação simples. Não surgiram da cisão de uma entidade originalmente comum, mas brotaram de fontes diferentes, tendo cada um deles se desenvolvido antes que a relação prazer-desprazer os transformasse em opostos”.
FREUD, S. As pulsões e suas vicissitudes. Vol. XIV, p.160 Imago 1ª Edição – 1974
Enxame Cultural
Nur Du, Quando Pina Bausch Dança o Amor
Daphné Leimann
Psicóloga clínica e membro de L´Envers de Paris.
Em 2013 o tema de enamoramento entre homem e máquina foi abordado no cinema através do filme “Her” dirigido por Spike Jonze. Este tema passou a ser pauta. Ora defendido, ora ridicularizado. O filme retrata as novas configurações do amor e retrata o relacionamento entre o escritor Theodore (Joaquin Phoenix) e o sistema operacional Samantha (Scarlett Johansson). Muito se falou sobre a questão imaginária, a idealização do par romântico que enfim se realiza através da máquina.