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Boletim Erosditos #01

Editorial

Julia Solano

Com alegria, apresentamos o Boletim Erosditos número um! Nesta edição, traremos na rubrica Rasuras dois textos de orientação para nossa jornada. Um escrito por Marcela Antelo intitulado “A Erosão de Eros” e o outro refere a apresentação de Fabián Fajnwaks “O Discurso Capitalista e o Impossível”, realizada na XXV Jornada EBP/IPB-Seção Bahia em 2021.
Apesar do discurso capitalista foracluir o amor, fala-se muito sobre o tema. O amor ainda segue firme nas letras das músicas, nos roteiros dos filmes, nos manuais de auto-ajuda vendidos por coaches em lives do instagram. Mas o que de fato está em jogo aí?  “Dizer que o capitalismo foraclui as coisas do amor, significa que, em sua aversão à perda ele produz algo que, por exemplo, uma socióloga, Eva Illouz chamou de “não amor”, nos diz Fabián em seu texto, aprofundando a questão.

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Rasuras

A erosão de Eros

Marcela Antelo
Psicanalista, AME, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise

“O amor como um terreno altamente erodível. A erosão é uma espécie de degradação, dizem os geólogos. A erosão ‘perdura à perda pura’ – digamos sequestrando essa pérola de Lacan –, fica acontecendo, um ongoing, um processo inacabado, infinito. Existem agentes erosivos e velocidades de erosão. Seja com respingos ou voçorocas, a coisa erode. Se algo se cultiva, se algo se planta, a erosão se lentifica.”

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O discurso capitalista e o impossível

Fabián Fajnwaks
Psicanalista, AME, membro da Escola de Orientação Lacaniana ( EOL) e da Associação Mundial de Psicanálise

“O capitalismo “[…] deixa de lado o que chamaremos simplesmente, de coisas do amor”, diz-nos Lacan em “Estou falando com as paredes” . Ele não quer saber nada no sentido da Verwerfung. À sua maneira, e como o discurso do Mestre, do qual é uma variante, quer que as coisas continuem funcionando. O amor como encontro contingente vem bloquear esse funcionamento, abrindo um intervalo para o sujeito no continuo de gozo que circula entre os quatro termos. Os amantes se subtraem do circuito, abrindo espaço para outra coisa que não serve ao circuito em jogo.”

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Biblio-on

Paulo Gabrielli (coordenador da comissão de bibliografia), Carla Fernandes, Luiz Felipe Monteiro, Milena Nadier e Rogerio Barros.

Pode-se verificar, facilmente, que o valor psíquico das necessidades eróticas se reduz, tão logo se tornem fáceis suas satisfações. Para intensificar a libido, se requer um obstáculo; e onde as resistências naturais à satisfação não foram suficientes, o homem sempre ergueu outros convencionais, a fim de poder gozar o amor. (FREUD, 1912/1990, p. 170)

O começo da experiência analítica, vamos lembrar, foi o amor. Este começo é algo diferente da transparência própria da enunciação, que dava seu sentido às fórmulas de agora há pouco. É um começo espesso, um começo confuso. É um começo, não de criação, mas de formação. (LACAN, 1960-61/1992, p.13)

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Enxame Cultural

Will Smith no Oscar: um tapa na face do amor

Colin Wright
Psicanalista e membro e atual secretário da London Society of the New Lacanian School. Professor Associado de Teoria Crítica no Departamento de Cultura, Cinema e Mídia da Universidade de Nottingham, Reino Unido, onde cofundou o Centro de Teoria Crítica.

Na recente edição de La Cause du Désir, Fabián Fajnwaks nos lembra que, em seus últimos ensinamentos, Lacan desenvolveu uma teoria do amor bastante diferente daquela associada ao período da primazia do simbólico. Do amor como uma tentativa de troca de faltas pela mediação do falo e, assim como o manque-à-être, essencialmente narcisista tentativa de receber do Outro um ser compensatório, Fajnwaks mostra que, especialmente com a clínica borromeana, Lacan caminhou para o amor como uma topologia de connexité entre dois saberes no nível do inconsciente real, e então uma espécie de ligação feita a partir do fracasso do inconsciente simbólico para escrever a relação sexual.

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Rosa López: entre ditos…

Rosa López
Psicanalista em Madrid. AME da Associação Mundial de Psicanálise e da Escuela Lacaniana de Psicoanálisis. Ensinante do Instituto del Campo Freudiano.

No último ensino de Lacan já não há Outro. Estamos na primazia do Um. Como pensar o amor nesta perspectiva?

Envio de Trabalhos

Data limite para o envio dos resumos: 15 de agosto

Orientação: até esta data deverá ser enviado um argumento do trabalho, contendo um resumo de até 10 linhas e informando o eixo ao qual está vinculado.

Data limite para o envio dos trabalhos: 03 de outubro

Orientação:

  • Os textos devem ter, no máximo, 5000 caracteres (incluindo referências e espaços)
  • Fonte: Times New Roman 12, justificado, espaçamento 1,5
  • Referências citadas em notas de pé de página.

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Diretora EBP Seção Bahia: Marcela Antelo (AME EBP/AMP)
Coordenadora da 26ª Jornada da Seção Bahia: Mônica Hage(EBP/AMP)
Comissão do Boletim: Maria Luiza Sarno (coord.), Julia Solano (coord. adjunta), Aléssia Fontenele,
Alice Munguba, Camila Abreu, Julia Jones e Marcelo Magnelli.
Webdesigner: Bruno Senna

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