No núcleo de Psicanálise e Psicose estamos trabalhando neste ano, A psicose ordinária, tema preparatório da XXII Jornada da EBP-Bahia e para o XI Congresso da AMP.
Na quarta-feira 19/7 trabalhei um texto da Convenção de Antibes -A Psicose Ordinária: Clínica da suspensão da Seção Clínica de Clermont-Ferranda, Antena Clínica de Dijón e Seção clínica de Lyon.
Eles abordam o desenganche como lugar maior do neodesencadeamento, em oposição ao desencadeamento clássico. O termo neo dá conta dos diversos modos de instalação das psicoses, seja pela instalação clássica abrupta, ou, de outros modos de instalação, progressivos, precoces, inclusive precocíssimos, até o ponto aparecer do início – contradizendo a noção de desencadeamento – ou também alternativamente progressivos e regressivos, os desenganches e reenganches, que destaca a metonímia delirante.
No avesso do ponto de partida desde o Outro, existe o ponto de partida desde o gozo, com o Outro que não existe.
Eles partem de uma perspectiva mais impulsionada pela consideração do tratamento, ou seja, sob transferência, que pelo clinicamente manifesto, da primeira clínica “clássica”. Desde esta abordagem eles selecionaram cinco casos clínicos.
Eles se perguntam: se pode dizer que o neo de que se trata concerne primeiro a nossa época ou a uma simples mudança conceitual no ensino de Lacan? Respondendo que correspondem as duas coisas, porque a última axiomática de Lacan – que se centra na inexistência do Outro – permite justamente circunscrever com mais rigor os fenômenos clínicos atuais e a expressão contemporânea do sintoma.
O discurso do mestre responde a prevalência de certa solução psicótica pela metáfora e o delírio; o discurso da ciência, que divide as figuras do Outro em uma multitude de insígnias, corresponderia outro tratamento do gozo, mais pela letra que pela significação.