Chegamos hoje à sexta edição do Boletim Cronicid@ades, apresentando um rico material que dá seguimento às nossas discussões sobre a temática da nossa jornada “Loucuras Crônicas”.
A rubrica Entrem… tantos tem o privilégio de contar com o texto de Antonio Beneti, intitulado A lógica da transferência na psicose. O autor marca a especificidade da transferência e seu manejo na psicose, afirmando não haver lugar para interpretação na psicose e sim manobras na transferência. Interpretação, completa Beneti, só a delirante, por parte do psicótico. Sem perder de vista a importância de irmos além da clínica estrutural, os aportes teóricos de Lacan na perspectiva borromeana são tomados como norteadores a partir do paradigma Joyce.
Pérolas aos poucos… apresenta uma pequena mostra da exposição Uma Índia, dois olhares , de Sinísia Coni e Armando Correa, um belíssimo trabalho no qual é possível vermos o tratamento do estranho e da alteridade pelo olhar da arte. Marcelo Veras faz uma leitura singular desta exposição e diz que “Uma Índia, dois olhares não deixa de ser um exercício de amor, ou seja, fazer surgir o Um onde há dois. A Índia os divide, a exposição os une.” As ilustrações desta edição #6 contam com material gentilmente cedido por Sinísia e Armando, mas não deixem de visitar a mostra completa , no Museu da Misericórdia, até o dia 17 de dezembro de 2017.
A entrevista desta edição é com Bianca Dias, psicanalista e escritora , autora do livro Névoa e assobio . Nesta conversa com Marcelo Veras , a autora expõe como, diante do insensato da morte e da perda, a arte pode fazer suplência ao que faz furo no simbólico. Para Veras, Névoa e Assobio é um delicado e quase diáfano tratamento do real de uma perda; é fazer escritura com o que não cessa de não se escrever.
A rubrica Lou(cure)-se é uma loucura só. Nossos colegas Cauan Reis e Jackeline Kruschewsky contam um pouquinho da sua loucura particular e fazem uma dobradinha com o ator Cauã Reymond.
Boa leitura!